sexta-feira, 18 de novembro de 2011

QUIETUDE


Não sei se fui eu que deixei de falar ou se foi você que deixou de me ouvir.
As palavras sumiram. Tornaram-se meras coadjuvantes de uma história sem rumo.
Não sinto mais o pulsar e a velocidade das frases antes ditas com fervor e intensidade.
Hoje apenas o silêncio me faz companhia. Mostrando-me que o tempo passa, deixando quase sempre marcas que aos poucos se tornam experiências.
Não tentarei falar. Não tentarei fazer com que você me ouça. Não!
Apenas ficarei quieta, e quem sabe um dia as coisas se encaixem, se ajeitem, de forma que eu pensarei que tudo voltou a sua normalidade. Que poderei novamente olhar o horizonte e acreditar em dias melhores, dias felizes.
Deixe-me em silêncio!
Uma hora passa, uma hora prometo que volto a falar e quem sabe você também volte a me ouvir.
E ai então prometo que volto a sorrir.

Escrito em uma noite envolta por pensamentos e leituras...
Obs: não se trata de desabafo, são apenas as palavras me fazendo devanear sobre a escrita.

domingo, 4 de setembro de 2011

POVO PAITER: UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA!


Aqui estou novamente. Agosto foi um mês bem intenso!! Um dos mais intensos até então. Afinal em apenas um mês posso dizer que em quase todos os fins de semana estive realizando trabalho de campo. E todos em lugares diferentes. Assentamento, comunidade ribeirinha e aldeia indígena. De todos o que mais me impressionou foi a ida a aldeia. Talvez pelo fato de nunca ter ido a uma, talvez por conta da cultura diferente ou talvez a soma de todos acrescentados de magia e sensações únicas.
Como sempre costumo relatar em meus post`s quando falo de trabalho de campo, que nunca volto igual quando viajo para os lugares onde realizo pesquisas, e a ida para a aldeia não foi diferente. Ou melhor, foi, pois ela me proporcionou sensações que meu espírito estava precisando. Eu sinto que jamais conseguiria descrever a experiência que tive durante os dias que estive na aldeia Apoena Meireles dos índios Suruí. Mas como havia prometido no post anterior que estaria relatando, então aqui estou para fazê-lo. Falar dos dias que participei da festa MAPÍMAÍ.
Eu poderia descrever dia por dia, pois as lembranças ainda estão bem recentes em minha mente, mas acho que o melhor é falar do que senti e do que meus olhos puderam perceber.
O povo suruí é um povo alegre. Vi alegria. A todo o momento eles riam. Nós também rimos muito. A alegria estava no ar. Vi coisas que não tenho visto nas grandes cidades, tais como compartilhamento, união, respeito pelo próximo, valorização dos mais velhos, dentre outras observações. Vi também muito afeto entre eles.  
Fomos muito bem recebidos. Lá não tínhamos a sofisticação que temos na cidade, mas nos sentimos em casa. O tempo era algo que não tinha tanta importância.  Nada de relógio, celular, internet, nada da correria, horários para isso, ou para aquilo. Lá compreendi a frase: “o tempo não existe.” Isso é fato! Tanto que no terceiro dia em um determinando momento eu tive que perguntar que dia era da semana. É uma coisa de louco, mas é engraçado como somos regidos a horários. Temos hora pra tudo!
Por se tratar de uma festa, houve vários momentos tradicionais que diziam respeito ao andamento da festa. Participei de praticamente todos. Apenas não participei dos rituais ocorridos nas madrugadas. Todos os participantes sendo índio ou branco foram pintados. A tinta deles é feita de jenipapo, e após a secagem ela demora de 10 a 20 dias para sair da pele. Segundo eles, se a pessoa for ciumenta demora mais a sair. Por conta da pintura, fui parada algumas vezes aqui na cidade para responder se ela era uma tatuagem fixa. As pessoas se impressionavam com a pintura. Além da pintura, participamos também da dança e bebemos a bebida deles. Confesso que esta parte foi a mais difícil para mim, pois a bebida que eles chamam de "chicha" tem um cheiro e um gosto muito forte. Apenas experimentei, já que estava lá, não podia fazer desfeita.
Eu só tenho a agradecer ao povo suruí , em especial a Almir Suruí por nos permitir ter vivenciado os dias que estivemos lá e pela experiência de vida. Esta com certeza contarei a todos que desejarem saber como é estar em uma aldeia. Voltei com energias revigoradas. Carregada de emoções e com a certeza que há pessoas boas no mundo.
Como disse anteriormente, não sou capaz de descrever em palavras o que vivenciei, mas me sinto inebriada de alegria em ter visto que uma etnia luta por sua sobrevivência e por continuar sua cultura.
Conversei com alguns jovens, e o que vi foi o orgulho em ser índio. Orgulho de ser quem é.
As experiências e relatos durante os dias na aldeia serão transformados em trabalhos e se tudo de certo, em um livro.
Para finalizar, perguntei a um índio como se escrevia na língua deles a frase: “Eu estou feliz com a experiência que tive!” E ele me respondeu: “Oêh adé kuya inter e peitxá la de ka oeithá ka é”.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EXPECTATIVAS DE MAIS UM TRABALHO DE CAMPO...


      Mais uma vez venho aqui relatar a vida de uma mestranda… 
    Daqui a algumas horas estarei indo fazer mais um trabalho de campo.  Como estou sem sono resolvi compartilhar as minhas expectativas.
    Desta vez não será em um assentamento ou em uma comunidade ribeirinha. Será em uma aldeia indígena. Lugar onde nunca estive, e que nunca pensei que um dia estaria. Mas como a vida é uma caixinha de surpresa sempre há de se experimentar o desconhecido.
    Esta semana não foi das melhores para mim no quesito saúde. Mas uma vez a gripe me pegou e com ela a asma que me atormenta... Confesso que por conta dela fiquei em dúvida se deveria ir ou não para a aldeia. Mas hoje a tarde decidi que tinha que ir, afinal não é todo dia que se tem uma oportunidade de conhecer uma aldeia indígena, levando-se em conta o acesso, e a aceitação dos indígenas em nos receber. 
   Estou indo por conta de uma das disciplinas que optei em fazer no mestrado. Junto comigo estarão indo mais 07 colegas da disciplina e o professor. Fora nós da universidade estarão outros órgãos, KANINDÉ e FUNASA.
   Não sabemos como será lá e o que nos espera. Até então só soubemos que assistiremos a um ritual de passagem durante os dias que passaremos lá.  
   Espero voltar com experiências de vida e com muitas histórias para contar. Afinal vivenciar o dia a dia de uma etnia diferente da nossa com certeza faz com que qualquer um volte com um outro olhar a respeito da vida e do mundo.  
   Tenho tirado muito proveito das experiências que tenho obtido por conta do mestrado. Com certeza são ensinamentos que me fazem crescer como pessoa. Sempre pensando no próximo como alguém que assim como eu deseja um mundo melhor e sem tantas diferenças.
   Prometo que assim que voltar compartilho a experiência aqui... Até porque estamos indo fazer pesquisa e se tudo sair como o planejamento, futuramente lançar um livro.
   Até a volta!!...

Hoje é o dia do Historiador. Ou seja, hoje é o meu dia! \o/  Profissão que eu escolhi e não me arrependo.  
“O que seria de um povo sem a sua história?”

Para escutar uma música de ENYA (Perdi as contas da quantidade de vezes que escutei esta música nessa semana): 


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE!!!

     Hoje de fato começou o segundo do semestre do mestrado. Aula pela manhã com a minha adorável orientadora que já nos passou zilhões de leituras. Confesso que fiquei assustada..(rsrs) e a tarde iniciei meu estágio de docência na graduação. Pela primeira vez entrei novamente em uma sala de aula da Universidade que um dia fui aluna. O diferente foi que hoje ao invés de apenas escutar e discutir o texto indicado, tive que sentar lá na frente (lugar do professor) e explicar o texto. Não estava sozinha, junto comigo estavam, a minha orientadora e uma colega de mestrado que também está fazendo o estágio.  A aula foi ministrada pelas três. Mesmo assim o nervosismo se fez presente. Sei que é bobeira, que não tenho motivos para tal, mas isso vai além do meu querer. Sempre fico bastante apreensiva ao ter que falar em público, sendo ele pequeno ou grande. Sei que isso é algo que tenho que trabalhar. A grande maioria das pessoas que convivem comigo dizem que transpareço ser descolada, que não aparento ficar nervosa ao falar em público. Ledo engano!! (rsrs) Mas que bom que ao menos não transpareço o meu nervosismo. Mas hoje acho que ele foi notado. Mas também sei que ao longo das aulas isso passará, afinal a primeira vez sempre dá aquele frio na barriga e nos deixa com a sensação que não vamos dar conta, mas no fim tudo acaba bem...Além do mais, entrar naquela sala de aula foi como uma volta no tempo. Por quantos anos não passei pela frente daquelas salas, sem imaginar que um dia entraria, mas não mais como aluna de graduação, mas sim como uma futura mestra!
     Junto com as aulas do mestrado e da graduação o ritmo do semestre começou com força total. Na primeira semana do mês já fizemos uma viagem de campo para Joana D’arc novamente, e desta vez foi extremamente cansativa. Um pneu do ônibus estourado, outro furou, calor insuportável e muita poeira. Mesmo assim foi muito boa a visita. Pois foi possível fazer uma ação social junto com outros órgãos governamentais  junto a comunidade. Sempre há o que se aprender em uma viagem de campo, até mesmo quando ela é cansativa e demorada.
     Neste próximo fim de semana outra viagem de campo será realizada, mas desta vez eu juntamente com outras pesquisadoras estaremos indo para o nosso outro lócus de pesquisa. Iremos descer o rio madeira novamente. Retornaremos a Nazaré depois de 6 meses. Sinto que será uma boa viagem, afinal é sempre bom se desligar um pouco do agito da cidade grande. Mas não estarei indo descansar e sim pesquisar, mas sempre dá pra unir o útil ao agradável. Como disse na primeira viagem que fiz para lá... ” indo recarregar as minhas energias." E estou precisando mesmo para dar conta da quantidade de atividades que este semestre promete. Assistir aula, fazer estágio, co-orientar, escrever artigos, iniciar a dissertação, ler muito mais, viagens de campo, viagens para apresentar trabalhos, reuniões do grupo de pesquisa, reuniões do colegiado do mestrado e assim vai, sempre aparece algo mais para ser feito!
     Hoje foi um dia cansativo, mas estou com a sensação de dever cumprido. Uma sensação de que estou fazendo algo que me faz bem.  Meu corpo pede cama, mas não posso me dar ao luxo de ir deitar e dormir, afinal como um professor da UFPE nos informou durante a sua palestra: “Mestrando não dorme! Você conhece um mestrando pelas olheiras!” Eu diria pelo cansaço, já que graças a Deus posso ficar mais de 24 horas acordada como já fiz algumas vezes e não ficar com olheiras. Tenho que agradecer todo santo dia essa benção... (rsrs). E já que não posso dormir o jeito é ler e tentar finalizar um artigo.
     Tenho andado distaste de meus amigos, e sinto falta de todos. Mas sei também que o meu silêncio assim como o meu sumiço me fará chegar onde pretendo. Vou filosofar um pouquinho: “estou em alto mar à procura do tesouro, ocorre que o mar anda muito agitado, mas prometo que assim que o mar se acalmar, eu atraco no porto e procuro vocês.”

 Fernando Pessoa falando por mim: 
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espelhou o céu.

Música: Someone Like You - Adele (simplismente linda!)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

OS CAMINHOS DA PESQUISA


A pesquisa tem me proporcionado vivenciar um mundo novo. Mundo até então desconhecido por mim. Novo no sentindo de que agora não vejo mais os lugares e as imagens como simples paisagens. Vejo com olhos que antes não me pertenciam. É como se somente agora eu conseguisse enxergar. Enxergar detalhes que antes eram despercebidos.
Pesquisar não somente tem me proporcionado conhecimento científico. Pesquisar vai além, pois tem me proporcionado conhecimento pessoal. E vejo isso como o principal norteador. É ir além do que está obvio, é saber trilhar os caminhos que são indicados de uma forma que se eu fechar os olhos saberei exatamente quem sou e onde estou.
Pesquisar tem me feito ter vontades que antes não se faziam presentes em minha vida. Até podiam fazer, mas eram tão vagas, tão distantes que é como se de fato não existissem.
Se desprender do que nos é comum, e nos aventurar no desconhecido é um exercício de aprendizagem. As viagens que tenho feito ao longo deste ano aos assentamentos, estão me enriquecendo de conhecimento e experiências.
Sempre retorno com indagações e questionamentos. Muito mais questionamentos internos. Questionamentos da minha vida. E uma pergunta que sempre me faço é: como podemos reclamar tanto? Sempre acho que os meus problemas por mais que sejam considerados algumas vezes sérios e que me tiram o sono e me atormentam, são pequenos perto da dimensão de necessidades daquelas famílias. São famílias que há anos lutam por direitos, lutam por melhorias, por reconhecimento. Pessoas que se sentem largadas e esquecidas pelo governo. Do que adianta ganharem um pedaço de terra, se não terão condições de plantio, moradia, educação e saúde. Condições tão mínimas, que para nós é quase impossível nos imaginar morando em um lugar sem elas. Mas existem sim pessoas que sobrevivem em lugares assim. E ai me vem uma frase já velha, mas sempre muito atual: “poucos com muito e muitos com tão pouco.”
Sei que as minhas observações ainda são primárias, muito ainda tenho que observar. Há a idéia de ir a campo e passar mais dias, no intuito de vivenciar um pouco mais que seja o dia a dia dessas famílias.  
Estou em processo de finalização de semestre. E sinto-me extremamente agraciada e gratificada com tudo que li, ouvi e vivenciei. Sei que o caminho ainda é longo, mas o importante é que estou tentando caminhar observando tudo e todos e desejando chegar ao final do caminho com uma bagagem que com certeza me fará sentir orgulho de ser uma pesquisadora.

obs: a foto foi tirada por mim em viagem a campo no Assentamento rural Joana D'arc III. É um pé de açaí.

Frase: "Pesquisar é ver o que os outros viram, e pensar o que nenhum outro pensou." (Albert Szent Gyorgyi)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

APRENDENDO A DIZER NÃO...



   Recentemente vivenciei uma situação onde a palavra NÃO foi de extrema necessidade.  A experiência não é minha, mas vivenciei pelo fato da convivência. E lembrei que há meses atrás havia iniciado um texto a respeito desse bloqueio em dizer NÃO. E resolvi retomá-lo e finalmente torná-lo público.

   Pois bem, irei falar de como dizer “não” muitas vezes se faz necessário. De como essa simples palavra de três letras pode ter tanto poder.
  Já percebeu que muitas vezes nos vemos presos a situações, pessoas, histórias que ao invés de fazer bem, só fazem mal? Isso sempre ocorre! Comigo, com você, com aqueles que estão ao nosso redor. E ai nos perguntamos: porquê dizer não é tão difícil?
   O primeiro obstáculo é justamente achar que ao dizer não perderemos algo, ou seremos excluídos, esquecidos, rejeitados. Mas se formos analisar nada disso de fato acontece se formos conscientes que o não é apenas uma forma de afirmar sua opinião. Assim como ninguém é obrigado a nos aceitar, também não somos obrigados a aceitar o que nos é imposto como regra.
   Exercite se colocar em primeiro lugar, em ser um pouco egoísta. Porque não? Aprenda a dizer: Não posso; Não quero; Não vou; Não insista.
  Você não precisa ser social e dizer sim toda vez apenas para agradar e ser agradável. Não!
   Não se prenda a histórias falidas achando que ao dizer não você perderá sua identidade.  Aprenda que a sua identidade não é construída por conta de um relacionamento, por conta de uma amizade. Mas sim por conta de um conjunto de coisas, situações, momentos e pessoas.
  Ultimamente tenho exercitado muito o “Não Posso!” em virtude do que propus para a minha vida. Às vezes a vontade é de dizer SIM, mas porque dizer sim agora, sabendo que ele poderá ter uma conseqüência mais na frente que me fará ter arrependimentos? Posso está sendo egoísta, mas não tenho me preocupado com isso. Sei que aqueles que me amam, entendem todos os meus “nãos”. Com isso não me preocupo em agradar Gregos e Troianos.
   Aprendi que primeiramente vem o que é importante para mim e depois o que é importante para os outros. Do que adianta eu colocar o que é importante para os outros se eu não estiver bem com tal situação.
   Sendo assim é preciso dizer NÃO muitas e muitas vezes, tendo a certeza que sua essência não mudará da água para o vinho por conta disso.
    Fica a dica...

"Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la." (Clarice Lispector) 


sexta-feira, 20 de maio de 2011

SILÊNCIO



Hoje ninguém me viu. Também não vi ninguém!
O dia passou depressa. Parecia querer logo terminar a sua jornada.
A noite chegou também muito apressada. Passou tão rapidamente que quando me dei conta já era madrugada.
A televisão não foi ligada, o computador não foi usado, a porta não foi aberta, a cama não foi desfeita. Nada foi modificado.
Apenas o silêncio se fez presente. Esse ao contrário do dia e da noite, passou lentamente e permaneceu durante todo o tempo.
Houve horas em que ele parecia não querer permanecer, mais ficou! Fazendo-me companhia.
Não o ouvi, nem o vi, mas ele estava o tempo todo presente.
A madrugada chega e com ela vou deitar. Tentar sonhar os sonhos que acordada não é possível.
A madrugada será bem mais rápida que o dia e a noite. Em um piscar de olhos ela terá ido embora também, e novamente o dia se fará presente, menos silencioso, mas não menos apressado.

escrito em um domingo silencioso...

domingo, 15 de maio de 2011

)( DOSANDO LOUCURA E REALIDADE )(


Eita que a correria do Mestrado tem me feito não ter tempo para escrever mesmo que sejam algumas palavras aqui.
Hoje após o dia de muita leitura, decidi dar uma pequena pausa e devanear a respeito da rotina que me propus a seguir.
Sempre ouvia dizer que fazer Mestrado é se desprender de si mesma. Abrir mão de algumas coisas, assim como das pessoas.
Confesso que tenho tentado dosar a loucura com a realidade. Mas hoje com certeza os meus dias já não são em nada parecidos com os meus antigos dias antes do mestrado. Hoje já quase não enxergo a minha mesa por conta da quantidade de textos e livros que estão sobre ela. Sem contar os que estão pelo chão. Tem hora que penso que não darei conta. Há noites que vou dormir pensando na quantidade de leituras que tenho que fazer, e acordo com o mesmo pensamento.
Uma das atividades que o mestrado tem me proporcionado é a orientação. Com certeza tem sido muito gratificante passar o conhecimento, ou melhor, dizendo, trocar conhecimentos. Tem sido com certeza uma das minhas alegrias vivenciar esta experiência. Melhor ainda quando no final o resultado supera a expectativa. 
Estou aqui enlouquecendo com um livro em espanhol para apresentar um seminário,  fora um artigo que tem que ficar pronto até o fim da próxima sexta-feira, dentre outras atividades. Mas tudo bem! Essa correria em nada me chateia, pelo contrário. Faz-me sentir útil, gratificada e feliz!
Só a vida pessoal que acaba ficando em segundo plano. Amigos que não vejo mais com freqüência, não consigo mais ir ao shopping tanto quanto antes, quase não assisto mais TV, etc, etc...e assim vai...rsrsr
Sei que no final olharei para trás e nada terá sido em vão. Cada segundo de dedicação terá o seu valor.
Vou ficando por aqui, o cansaço mental toma conta de mim...
E a semana se inicia com todas as suas surpresas...



quinta-feira, 14 de abril de 2011

QUEM É??


Eu havia iniciado este post há alguns dias atrás e acabei deixando de lado por conta da correria. E resolvi terminá-lo nesse momento. Já são quase duas da manhã e acabei de chegar a minha casa.  Estava iniciando o dia 15 de abril ao lado de uma pessoa que tem uma importância ímpar em minha vida. Nada de mais, apenas uma voltinha na cidade e um lanche. Alguém pra quem dedico este post. Resolvi intitulá-lo como “Quem é?”

Quem  é que me aguenta quando acho que não vou dar conta?
Quem é que vez ou outra fica conversando comigo no MSN até uma da manhã, fofocando, trocando experiências ou tentando entender o que ainda não entendemos? Ou então quem é que dorme por cima do computador e me deixa falando sozinha?
Quem é que me incentiva quando acho que o meu mundo está sem cor?
Quem é que quando pensa nos obstáculos que a vida dar, me diz que me tem como exemplo?
Quem é que me chama pra sair e demora mil anos pra se arrumar?
Quem é que nas baladinhas precisa beber pra festa ficar boa?
Quem é que rir das besteiras que falo, mas que também escuta quando digo que quero chorar, ou quando digo que estou com raiva?
Quem é que me diz: Mana eu já queria ter o que ainda não tenho. E sempre respondo: Calma! Não se afobe, tudo virá no seu tempo.
Quem é que foi capaz de passar por tudo o que passou pra se tornar bombeira? Toda lascada, passando por coisas que eu jamais imaginei que seria capaz de passar.
Quem é que me contou chorando que foi obrigada a cortar o cabelo quase joãozinho por conta do trabalho?
Quem que neste mesmo período fez uma falta imensa na minha vida por conta da academia? Afinal nos falávamos todos os dias e de uma hora pra outra eu não tinha mais com quem conversar todas as manhãs...
Quem é que vez ou outra durante o plantão me chama pra conversar no MSN durante a noite pra tentar ver se o tempo passar mais rápido?
Quem será a minha ortodontista daqui a alguns anos?
Quem é que se acha feia, mas que na verdade era uma linda menina quando conheci e hoje é uma linda mulher?
Minha linda e adorável amiga... Mais um ano que passamos juntas. Saibas que sempre estarei com meu celular a sua disposição não importando a hora que for.
As lembranças que tenho de nossa amizade são as mais diversas, indo das mais tristes até as mais alegres. Nossos sorrisos literalmente foram se transformando ao longo destes 12 anos de amizade.
Obrigada por compartilha comigo a sua vida, as suas neuras, suas angustias e suas alegrias. E principalmente por me permitir compartilhar com você a minha vida...
Feliz Aniversário mana... Não preciso dizer seu nome, pois quem convive comigo sabe de quem estou falando e você também sabe que é pra você!


Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende! (Machado de Assis)

terça-feira, 5 de abril de 2011

DE VOLTA PARA UM LUGAR DE ONDE NUNCA SAÍ...

Não tenho o costume de postar 02 textos seguidos. Até por conta da correria do dia a dia. Mas eu não podia deixar de falar de um dia muitíssimo importante para mim.
Ontem se iniciou um novo ciclo em minha vida. E esse ciclo tem um significado muito importante. Voltei a Universidade como mestranda. Tem horas que paro e penso, e é como se a ficha ainda não tivesse caído. Como se a minha vida continua-se igual, mas em seguida vejo que não é mais igual. O ritmo mudou. Agora até mesmo o ar parece diferente. É complicado explicar o novo, mas acredito que quem já passou por um ritual de mudança  entende o que estou querendo dizer.
 Há exatos 08 anos atrás entrei nessa mesma Universidade como uma estudante de graduação. Era uma jovem insegura, receosa com o que me aguardava. Tudo era novidade. E aos poucos fui me encantando com tudo e com todos ao meu redor. Tantas pessoas passaram por mim. Umas apenas passaram, outras permanecem até hoje.
A Universidade tem um simbolismo muito enraizado na minha trajetória. Não há como dizer que entrei e sai da graduação do mesmo jeito. Não há como dizer que fui apenas uma acadêmica que cumpria seus horários de aula e ia pra casa. Não! Com certeza não foi assim. Costumo sempre dizer que eu vivenciei cada dia que passei enquanto aluna.  Vivi a Universidade de segunda a segunda. Pregando cartazes nos murais, fazendo passeatas nas ruas da cidade, fechando BR, invadindo a reitoria, reivindicando melhorias estudantis. Participando da Rádio, do Centro Acadêmico, do famoso DCE e fazendo parte de um grupo de pesquisa. Fora tudo isso ainda estagiava de manhã e estudava a tarde. Era beeem intenso o ritmo!! 
Depois da graduação continuei a vivenciar, mas apenas como expectadora e não mais como participante. Mesmo assim estive sempre presente. Por conta do meu trabalho estive na Universidade todos os dias úteis e passei a observar os estudantes e pensar que tudo aquilo que eu estava apenas a observar já tinha sido o meu dia a dia. 
Agora volto novamente a ser uma estudante da Universidade que sempre me acolheu. Minha história com a UNIR é quase uma história de amor. Aos longos destes anos vi prédios sendo construídos e cursos sendo criados. O próprio Mestrado que hoje me acolhe, vi e vivencie quase todas as turmas. Estava presente na aula inaugural da primeira turma, e ontem, não mais como apenas ouvinte. Ontem a aula era a minha. Era pra mim! Faço parte da VI Turma do Mestrado em Geografia. Tenho muitas lembranças ao longo dos 08 anos. Umas não tão boas, mas a grande maioria são lembranças carregadas de saudade.
Ontem fiquei feliz e um tanto quanto emocionada em ouvir as palavras do atual Coordenador do Mestrado. Pois ele também estava presente naquela primeira aula inaugural da I Turma. Estava como aluno e hoje após terminar o Doutorado em menos de 03 anos é professor da Universidade e Coordenador do Mestrado.
 Fico feliz também em ver que amigos da graduação hoje estão muito bem. Alguns já mestres, outros assim como eu ainda estão no caminho. E fico mais feliz ainda por não ter perdido contato com alguns. Hora ou outra nos reunimos para matar a saudade e isso é muito bom. Volto sempre renovada após os encontros.
Brinco com uma amiga dizendo que um dia voltaremos como professoras. Mas isso é outro ciclo que só Deus sabe a sua hora. É como sempre digo: tudo vem na sua hora certa e nada acontece por acaso.
Finalizo aqui desejando que esse novo ciclo traga-me as mesmas vibrações que o ciclo da graduação me deu.

Para ouvir uma música que tem tudo haver com a minha relação com a Universidade. Ouvi muito ela durante a graduação. E o engraçado é que a tradução casa com o meu momento atual.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

REALIDADES DIFENTES! A PESQUISA CONTINUANDO...

Como eu tinha dito no post “10 mulheres e uma pesquisa”, a pesquisa não pode parar! Sendo assim, mais um fim de semana foi dedicado ao trabalho de campo, mas desta vez não descemos o rio madeira, fomos pela estrada. Nossa pesquisa se dá em dois locais, sendo um a comunidade ribeirinha e o outro um assentamento. Desta vez fomos visitar o Assentamento Joana D’arc III. Diga-se de passagem, é o local onde se dará a minha pesquisa de mestrado.
Pois bem, o intuito dessa visita virar um post é justamente para dar a visão de uma realidade totalmente diferente da minha realidade, e acredito que diferente da realidade de muitos que podem ler esse texto, afinal todos devem ter acesso a muitos benefícios e tecnologias que esses assentados não têm.   
A começar pelo acesso. Estrada em péssimas condições. O que deveria ser feito em uma hora, levamos quatro pra chegar. A estrada na época de chuva vira lama e na época da falta de chuva vira uma poeira só. É uma verdadeira vergonha! Como pode ser tão perto da capital e tão distante de tudo.
Não sei se para nosso azar calhou de irmos no período de chuva. Em alguns trechos da estrada a lama era tanta que se tornava quase impossível passar e como era de se esperar o ônibus em que estávamos atolou. O jeito foi descer e ajudar de alguma forma. Não sei se também foi bom ou não, mas atrás de nosso ônibus estava um carro da TV globo de jornalismo indo fazer uma reportagem a respeito justamente da educação nos assentamentos. Indo falar a respeito de como anda as aulas dos alunos. E se deparou com nosso ônibus atolado. Pra eles deve ter sido excelente nos encontrar atolados na estrada, afinal é a realidade dos alunos. Enfrentar estradas em péssimas condições para chegar à escola.
Em segundo falar sobre a saúde. Ou seria a falta dela? Simplesmente não há sequer um posto de saúde para atender essas pessoas. Segundo informações colhidas por uma moradora, não há posto de atendimento e quando o médico aparece, ele costuma ficar em outro assentamento, distante desse em que eu me encontrava. Ou seja, se alguém passar mal e der a sorte do médico se encontrar no outro assentamento, ainda  tem dar o jeito e tentar chegar até lá.
O INCRA é o órgão responsável pela doação das terras para essas pessoas. Mas ai penso: Do que adianta o ser humano ter a terra se ele tende a acabar saindo dessa terra pela falta de tudo. Ou quando não morre por lá mesmo. A impressão que me fica que é uma forma do governo excluir essas pessoas. Doa-se uma terra bem distante de tudo depois fica sendo o que Deus quiser.
Se na cidade já é ruim o acesso a tudo, imagina lá onde não há quase nada. As pessoas são carentes de tudo! E quando falo tudo, é tudo o que você possa imaginar. Saúde, educação, moradias em boas condições, saneamento, lazer.
Vi homens e mulheres que fazem do seu dia a dia uma luta de sobrevivência, e mesmo assim se sentem agradecidos por estarem morando em um lugar que supostamente é deles. Falo supostamente por que segundo eles, ainda não possuem o documento expedido pelo INCRA dando a posse.
No dia de nossa visita apareceu por lá o Secretário de agricultura e representantes de vários órgãos falando bonito e prometendo fazer e acontecer. Eu espero sinceramente que essas promessas não sejam apenas promessas.
E já que acabei falando de promessas, ontem ao entrar no facebook, vejo um post onde aparece o Sr Governado deste Estado falando justamente das melhorias das estradas para ajudar a vida do produtor rural. Ah! Tenha a santa paciência. E ainda alguns baba ovo dando coro as palavras. O governo não faz mais do que a obrigação. Ao invés de fazer festa chamando a imprensa para mostrar projeto, deveria agilizar os trabalhos e depois sim mostrar o serviço pronto.  Com certeza na frente da casa dele e dos demais governantes não falta asfalto e quando passam mal devem até ter médico indo fazer visita em casa.
Quando eu disse que o intuito era demonstrar a diferença entre as realidades, eu quis demonstrar o quanto nós em uma grande parte do tempo, somos egoístas e sempre estamos achando que nada está bom. Que nossas vidas estão chatas, que não ganhamos o suficiente, que nossas casas não são equipadas dos melhores aparelhos eletrônicos. Estamos sempre querendo mais. Não estou criticando, apenas quero dizer que  é olhando para fora do nosso mundo é que somos capazes de ver que há pessoas que vivem com muito menos e que necessitam de muito mais do que nós desejamos.
Devo ir a Joana D’arc III muitas outras vezes e sei que sempre voltarei com a cabeça diferente da que fui.



Música: Admirável gado novo – Zé Ramalho

sábado, 19 de março de 2011

TEMPO...


Recebi esse texto por email, mas gostei tanto que resolvi publicá-lo aqui...Não sou fã de re-encaminhar emails que recebo. Muito raramente o faço, mas acho que esse vale compartilhar...
Sendo assim apreciem!! 

 “Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado,  decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
 E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
      Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

      Primeiro: a dizer NÃO.

      Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
      Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
      Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
      Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
 Você  não é Nossa Senhora.
      Você é, humildemente, uma mulher.
 E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
      Tempo para fazer nada.
      Tempo para fazer tudo.
      Tempo para dançar sozinha na sala.
 Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
      Tempo para sumir dois dias com seu amor.
      Três dias. Cinco dias!
      Tempo para uma massagem.
      Tempo para ver a novela.
      Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
      Tempo para fazer um trabalho voluntário.
      Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
      Tempo para conhecer outras pessoas.
      Voltar a estudar.
      Para engravidar.
 Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
 Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
      Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
      Existir, a que será que se destina?
      Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
      A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem..       Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
      Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
      Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
      Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
      Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
      Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.”


Texto de Martha Medeiros - Jonalista e escritora

Ouvindo a música: O Amanhã - MONOBLOCO

quinta-feira, 17 de março de 2011

VALEU A PENA!


Acho que agora consigo escrever com calma e tranquilidade. Os dias intensos deram uma pausa.  Há dois meses meus dias estavam corridos, por conta das  determinações que me propus no primeiro post deste ano. 2011 seria o ano da mudança e novas conquistas precisavam acontecer. E assim está acontecendo.  Quem esteve de perto vivenciou os dias tensos que estava passando. Tudo por conta de ter determinado tentar o Mestrado. Foi ai que os dias passaram a ser curtos com a intensidade de leituras.   Houve dias que confesso ter pensando em desistir. Achei que não daria conta. Tinha que conciliar leituras para o projeto com as leituras para a prova. Fora as atividades do trabalho. Tive que me recolher e dizer não até mesmo para meus pais que vieram me visitar.  Mas sei que eles entenderam que não era em vão e sei que hoje devem está muito mais feliz com a minha conquista do que se eu tivesse trocado as leituras por uma saída.
Janeiro, fevereiro e março de 2011 com certeza ficarão marcados como os meses da mudança. Nada mais será igual daqui pra frente. Nem mesmo eu. Não há como dizer que tudo será igual. Sei que abdicarei de muitas coisas que hoje fazem parte da minha rotina. Isso inclui a companhia de meus amigos, e até mesmo me dedicar a este blog. Mas torço para conseguir um tempinho para contar os devaneios de uma mestranda.
Agradecer é a palavra que me vem a cabeça. E em primeiro lugar agradecer a Deus que me ouviu todo santo dia em minhas orações. A minha mãe que veio me visitar e ajudar a organizar a minha vida pessoal. O que teria sido da minha casa sem ela? Rsrs...
Agradecer a todos aqueles que vivenciaram comigo esses dias intensos. Em especial a dois adorados amigos (Adriane e Artur) que toda vez que eu disse: acho que não vou conseguir. Eles me diziam: você consegue. Confio em você. A palavra que Artur mais me disse foi: FOCO... Não houve um dia que em que eu não o perturbasse fosse pelo MSN, por telefone ou pessoalmente. Foram os primeiros para quem compartilhei da minha intenção. Amo vocês e tenham certeza que quando a loucura me possuir pro conta de achar que não to dando conta da ralação, ouvirão o celular tocar. Vou precisar muito ouvir a risada mais gostosa do mundo ou então alguém me dizer: calma mana!
Quero parabenizar também as duas novas amigas que o mestrado me deu antes mesmo das aulas começarem. Valeu muito a pena estudar naquele sábado e sabemos que muitos outros sábados serão iguais aqueles. Todos os passos que demos foram apenas o inicio de uma caminhada que nos levará ao apogeu!
Deixo aqui como conselho para aqueles que gostam de ler o que escrevo que estejam sempre em busca dos momentos felizes da vida. Mesmo que este momento tenha um milésimo de segundo. Se valer a pena para você com certeza o mundo a sua volta vibrará.
Enfim, fico por aqui com meus medos e anseios, mas também com  gratificação que este novo ciclo me trará.

Como música uma que não me sai da cabeça:

Valeu a Pena – O RAPPA

E como não podia faltar a minha adorada Clarice Lispector falando por mim.

“Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.”

quinta-feira, 10 de março de 2011

O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO!!!


Voltar a tão famosa cidade maravilhosa era algo que quando lá estive pela primeira vez me prometi.  Passaram-se 3 anos até então, e retornar ao Rio de Janeiro teve gostinho de “quero muito mais”!!! Uma cidade fascinante, encantadora e que com certeza quero voltar muitas outras vezes.
Posso dizer sem precisar pensar que foi o melhor carnaval que já fui. Apesar da saga da ida e de alguns extress, nada foi capaz de atrapalhar meu carnaval.
Junto comigo estavam mais 07 pessoas. A maioria ainda não conhecia o Rio, mas tenho certeza que, se não todos, a maioria saiu com vontade de retornar novamente.
Pois bem, o sol resolveu não dar as caras no carnaval. Acreditamos que tenha sido praga de alguns que não queriam que fôssemos. Rsrs. Mas nada foi empecilho. Se não deu pra aproveitar a praia por conta do sol, aproveitamos de outra maneira. Desta vez foi possível conhecer outros lugares que na primeira ida não foi possível.
Não vimos uma briga, nada que viesse a atrapalhar o carnaval de rua. Ao contrário, vimos pessoas com um único intuito: curtir o carnaval. Vi muitas pessoas idosas com o mesmo ânimo de um jovem. Fiquei fascinada com a participação deles. O que vi foi um carnaval família. Onde havia a mistura de idosos, adultos, jovens e crianças todos nas ruas ao som das marchinhas ou da batucada das baterias. Outra coisa que me encantou foi ver que todos procuravam se enfeitar. Era raro ver alguém sem fantasia. Era como se o carnaval de fato tivesse todo o sentido. Marchinha, fantasia, blocos de rua e famílias.
E a noite carioca? Essa então é encantadora. Como não se encantar com a Lapa. Como o carioca mesmo diz: é o berço da malandragem. A Lapa com suas ruas antigas, prédios históricos e com sua energia futurista. Passado e futuro se misturam nas ruas da Lapa. Lá me acabei de tanto dançar. Bom d+!!! De lá só sai quando o dia estava quase querendo chegar.
Ver o dia nascendo no Rio de Janeiro foi uma das experiências que já estão inclusas nas que marcaram a minha vida. Dormir? Dormir era algo que fiz muito pouco. Dormir pra que? O dia me chamava...Sou fascinada pelo RJ e dormir significava perder tempo.  
Pena que foram poucos dias e que passaram muito rápido. Mas já fiz outra promessa. Retornar e ficar mais dias. É impossível aproveitar todos os encantos do Rio em apenas 04 dias.
Pena não ter encontrado pessoas que achei que reencontraria. Mas tudo bem, a culpa foi do tempo que foi curto.
Voltamos pra casa com vontade de ficar. Com vontade de aproveitar muito mais. E com a certeza que vamos  voltar. Quem sabe no carnaval de 2012... Eu topo!!
São esses momentos que me fazem ter a certeza que tudo vale a pena. Que a vida foi feita para ser vivida. São as lembranças que nos fazem acreditar que tudo é possível.

Texto escrito ao som de MONOBLOCO

Frase: Viajar e dormir me trazem o mesmo prazer. Porquê quando estou 'viajando' sonho acordado, e quando estou dormindo 'viajo' sonhando. (Leonardo Mateus) 

terça-feira, 1 de março de 2011

ÁGUAS DE MARÇO

      Aqui estou de volta…
      Depois de passar por dias atribulados e tensos (Quem convive comigo sabe perfeitamente do que estou falando) resolvi escrever um pouquinho. Acho que estava sentindo falta de devanear. Meus dias estavam muito corridos, sérios e extremamente intensos.
Ainda não sei se todo o processo corrido que passei terá um bom resultado, mas posso dizer que valeu muito a pena. Me senti viva e útil novamente! E isso é algo que com certeza valeu muito a pena.
      Pois bem, março começou, e consigo com certeza trará mudanças. Além das mudanças já inicia com grandes expectativas. O carnaval está ai batendo a porta. Para quem não gosta de carnaval eu aconselho tirar os dias lendo um bom livro ou indo a algum lugar fora do circuito da loucura que é o carnaval. Já para aqueles que gostam do frevo, aconselho a se jogarem e aproveitarem, afinal o carnaval tem dia e hora pra acabar. Eu estou no grupo daqueles que gostam de carnaval. Amo dançar, amo ouvir música, amo estar na companhia de meus amigos e no carnaval tem tudo isso junto e misturado. E pra ficar melhor ainda, nada melhor que passar o carnaval na cidade maravilhosa!! Isso mesmo...Rio de Janeiro!!! Voltar ao Rio depois de 3 anos será muito bom. Passei dias maravilhosos da ultima vez que lá estive. Pena que do antigo grupo apenas uma estará presente. Mas sei que o grande grupo que estará indo farão os dias serem tão especiais e maravilhosos. Serão apenas 4 dias novamente. O ruim é que sempre fica o gostinho de quero mais depois. Mas isso a gente deixa pra pensar depois.
      Costumo dizer que nunca se volta pra casa do mesmo jeito depois de uma viagem. E sinto que essa não será diferente. Voltaremos recarregados de boas energias, muitas lembranças e com a certeza que é muito bom viajar. Não quero pensar no depois da viagem. Não quero pensar nos obstáculos que a vida está me reservando. Não quero pensar que estou prestes a ficar desempregada. Não quero pensar em nada que me preocupa. Quero apenas pensar que Deus sempre estará me guardando boas coisas e que nada acontece por acaso. Sempre fui muito agraciada por Deus. E sendo assim quero apenas aproveitar os dias maravilhosos que passarei ao lado de meus amigos na grande cidade maravilhosa por que o futuro a Deus pertence.
      Estou vivendo dias maravilhosos ultimamente. A visita de meus pais me fortaleceu de tal forma que só eu sei o quanto significa. Me sinto um pouco culpada por não ter dado a atenção necessária nos dias em que meu pai esteve aqui, mas sei que ele entendeu o porque. Minha adocicada mãe ficou mais um pouco. Passar os dias ao lado dela não tem preço. Acordar e dar bom dia a ela tem me enchido de energia.
      Quando me atrevo a escrever aqui parece que não consigo parar. A mão parece ter vida própria. Não sei se isso é bom ou ruim...rsrs...
      Mas enfim, comecei a escrever sem saber sobre o que escreveria e agora vejo que falei tanta coisa...Falei de mim. Como disse esse blog criei com vários intuitos e um deles é justamente falar com as mãos o que a boca não consegue falar.
      Desejo a todos que me visitam e em especial aos meus seguidores, uma excelente semana e ótimo carnaval!!!
      E só para não perder o costume, uma frase da minha adorada Clarice Lispector.
“Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.”
E para ouvir a louquissima Lady Gaga e sua nova música: Born This Way
Estava ouvindo enquanto postava e resolvi ver a tradução. Encaixa direitinho...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

10 MULHERES E UMA PESQUISA

Confesso que não poderia está aqui escrevendo este post. Não porque não quisesse, mas por pura falta de tempo...O tempo tem sido algo precioso em minha vida, por conta de está tentando cumprir as metas que me determinei para 2011. Mas mesmo assim decidi escrever para compartilhar uma experiência deste fim de semana.
Pois bem, este fim de semana estive em trabalho de campo juntamente com o grupo de pesquisa que faço parte. Nosso grupo de pesquisa trabalha com as relações de gênero e nosso objeto de pesquisa atualmente são famílias assentadas em duas comunidades no Estado de Rondônia. Bem, em um segundo momento, falarei mais sobre este grupo de pesquisa, pois o intuito de hoje é relatar as experiências que pude adquirir em uma visita a uma dessas comunidades.
A experiência já inicia com a forma de transporte para chegar até a comunidade. Só se chega de barco. Depois de 6 horas descendo o nosso Rio Madeira as 10 mulheres a qual me refiro no titulo deste post chegam a Comunidade ribeirinha cujo nome é Nazaré.  Cidade sem carros, motos, sem acesso a celular ou internet. Casas simples, mas muito arrumadinhas. Não há ruas, apenas uma passarela por onde os moradores trafegam, e quando a passarela acaba inicia-se uma ponte que liga uma parte da comunidade a outra parte. Nada de congestionamento, apenas o cantar dos sapos. A quem possa de repente imaginar que essa comunidade vive isolada, engana-se. Há energia elétrica e 02 orelhões para a comunicação, e há antena parabólica em praticamente todas as casas.
A experiência que quero compartilhar é como essas famílias que para muitos a vida pode parecer algo bem distante, são felizes com o pouco que se tem.  Não houve uma pessoa para quem eu perguntasse se gostava de morar lá, se era feliz e responde-se com uma resposta negativa. Pessoas que não nos conheciam, mas que nos receberam com uma atenção que nos faziam sentir como se fossemos da família. E isso me fez refletir o quanto nós que somos urbanos estamos ligados a tecnologia, a padrões que a sociedade julga como certo. A quanto estamos ligados a celulares. Se tiverem mais chip`s melhor. A internet então nem se fala. Somos tão ligados a este mundo virtual que às vezes passamos muito mais tempo conversando com as mãos do que com a boca.  
Neste fim de semana me vi desligada de tudo. Acho até que me desliguei um pouco de mim também.  O telefone não tocou. O computador não foi ligado. Eu o levei no intuito de dar continuidade em algumas coisas que precisam ser trabalhadas. Pensei até em iniciar a escrecer esta experiência.  Mas meu notebook não me viu. Ele ficou no canto. Virou apenas um peso. Este fim de semana comecei a ler um livro, terminei-o e inicie a leitura de outro.
Voltando a falar da comunidade, obtive experiências de vida. Vivencie uma realidade que não é a minha. Mas que com certeza servem para a minha realidade conturbada. Vi e conversei com pessoas simples. Pessoas que se sentem felizes com o pouco que tem. Pessoas que não precisam ter o carro do ano; não precisam ter a roupa da moda; não precisam ter o sapato da vitrine; mulheres que não estão todo fim de semana em salões, preocupadas com cabelo, unha, celulite, balança.  
Conheci uma menina. A pequena Sheila de 11 anos. Me encantei com suas estórias e com a sua própria história. Como ela pequena, frágil era capaz de nos levar pela mata fechada a lugares que precisamos chegar, mas que sem ela não seriamos capaz. Ri e me encantei com suas estórias de botos encantados, jacarés, e o curupira que aparece ao meio dia e leva as pessoas para o mundo dele. Detalhe: Estamos justamente andando pela mata ao meio dia do sábado.  O que para nós são apenas lendas, para ela são verdades as quais não me  cabia descordar.
Poderia falar de cada pessoa com quem conversei e ouvi, mas isso, deixarei para o meu relatório de campo.
Este fim de semana apesar das formigas de fogo, do mato que me deixou com os braços coçando, das picadas de mosquito, da mata fechada que tive que entrar, das mudanças de clima, ora chuva, ora sol, das longas horas dentro do barco tanto para ir como para voltar, tudo valeu à pena. Foi um fim de semana onde 10 mulheres riram muito. Comeram muitoo. Devo ter engordando o que eu queria perder. Rsrs. Trocamos experiências. Pude conhecer melhor e saber um pouco mais de cada uma delas.  E o melhor, volto renovada com tudo que vi e com tudo que ouvi. Devo retornar a Nazaré ainda esse ano, afinal a pesquisa continua.
Excelente semana a tod@s! Em breve retorno por aqui...