DEDICADO A ELIS REGINA...

Hoje se completa 29 anos que a grande Elis Regina passou a encantar outro mundo com sua voz. Um mundo que ainda não conhecemos e garanto que ninguém quer ir conhecer tão cedo.

Por isso resolvi dedicar um de meus post's. Não falarei sobre ela, apenas escolhi uma canção que não é de sua autoria, mas que foi interpretada pela mesma. Não é a minha música preferida, mas achei essa bem interessante. Afinal quem não quer ao menos um desses desejos da letra?

"Quero"

Elis Regina

Composição: Thomas Roth

Quero ver o sol atrás do muro
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca sem pó, nem fumaça
Quero um mundo feito sem porta ou vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável
Quero voar de mãos dadas com você
Ganhar o espaço em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris
Quero rodar nas asas do girassol
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aço
Beijar de leve a face da lua.

ESTOU AQUI

Você me diz que não está bem.  E ai eu tento dizer algo para tentar fazer você ficar melhor. Mas percebo que nada do que eu vá dizer vai adiantar. E nesse momento vejo que a tristeza não é exclusividade minha. Não sou a única a ter vontade de gritar. Não sou a única a ter vontades ocultas. Não sou a única que prefere se calar e pedir orientações a Deus no intuito dele escutar e solucionar as aflições.  

Não pergunto o porquê das tuas aflições. Não te questiono, nem mesmo tento adivinhar. Apenas digo que estou aqui!

E quando digo “estou aqui” quero dizer que estou não apenas por dizer. Mas porque quero estar.

Você me diz que vai ler um livro, conversar com o travesseiro, pensar...E eu apenas escuto!

Você sorri e diz que nem todo sorriso é alegre...E eu apenas concordo!

Você me diz que amanheceu down...E concordamos: Passa!!

Você se despede e eu me calo...

Escrito ao som de Adriana Calcanhoto.  Obrigada Dry pela indicação.

E já que a trilha sonora foi da Adriana a frase também será dela.

"Não lhe peço nada. Mas se acaso você me perguntar, por você não há o que eu não faça." (Adriana Calcanhoto)

EU NÃO QUERO...

Eu não quero que você me entenda. Eu mesma não quero entender.

Eu não quero que você me escute.

Eu não quero que você me diga o que tenho e o que não tenho que fazer.

Eu não quero que você diga que estou certa ou errada. Que tenho razão ou não.

Eu não quero falar, mas também não quero me calar.

Eu não quero dormir, mas também não quero acordar.

Eu não quero que você me console. Eu não quero que você sinta a minha dor.

Eu não quero te dizer o que sinto, mas preciso que saibas que quando sinto, sinto intensamente.

Eu não quero que você me veja triste, mas também não quero sorrir.

Eu não quero que você vá embora, mas eu preciso ficar sozinha.

Eu não quero me perder, mas também não quero me encontrar.

 Eu não quero esquecer, mas também não quero lembrar.

Eu não quero contar os meus segredos, mas se eu contar, eu não quero que se assuste.

Eu não quero que me ame por amar, mas se me amar eu não quero que acabe.

Entre tantos não queres, quero apenas não sentir novamente o que sinto agora.

Sem música e sem pensamentos....

E SE?

E se eu apenas ficar quietinha no meu canto no intuito de observar o mundo passar?  Se eu apagar a luz você me enxergaria? Se eu desligar a TV para ouvir o silêncio, será que ele me diria algo?   E se eu me calar você entenderia mesmo assim? E se eu falar você me escutaria? E se eu gritar? E se eu apenas chorar? E se eu quiser escrever você leria? E se eu quiser bater? E se eu quiser quebrar? E se eu parar de sorrir? E se eu parar de dançar? E se eu dormir o dia inteiro? E se eu sumir? E se eu mudar de nome, de cidade, de país? E se eu esquecer quem sou? E se eu quiser ser outra pessoa? E se eu deixar de acreditar? E se eu não conseguir? E se eu não entender?  E se? E se??

“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido.” (Clarice Lispector)

Música: Say it to me now - Glen Hansard

E O ANO COMEÇOU

Tem um tempinho que não passo por aqui para descrever meus devaneios. O ano começou intenso e veloz. E o tempo é o primeiro a sumir. Daqui a pouco ja estaremos em dezembro e novamente estaremos a nos perguntar: onde passaremos o Reveion?...Bem, mas antes de pensar no próximo reveion quero vivenciar os outros dias e o que eles me trarão.

Este ano quero tentar entender o que ainda não entendo. Quero rir muito mais, dançar até o corpo cansar, curtir a presença daqueles que me rodeiam e tentar evoluir como ser humano.

E como todo inicio de ano, sempre temos uma lista de pretensões que não conseguimos realizar até então. Sendo assim as minhas são:  Perder aqueles quilinhos que a balança cisma em mostrar e que me deixam muito chateada. Ou seja, voltar a academia; Voltar a estudar e enfim tentar um Mestrado;  Montar um grupo de estudos para concurso; Viajar para lugares que meus olhos ainda não puderam visualizar pessoalmente;  Tentar não fazer tanto gastos ( esse é quase uma missão impossível); Visitar amigos que a tempos não vejo e que vivo dizendo que quero ver; Ler os livros que ganhei ou comprei e que apenas a poeira viu; Parar de vez de tomar refrigerante; Comprar um chip da TIM; Continuar indo ao cinema com boas companhias; Fazer um curso de culinária e outro de Libras e finalmente me ver livre do aparelho dentário.  A lista continua e parece não ter fim, mas quero ao final do ano ter conseguido ao menos algumas destas pretensões.

E para finalizar Clarice Lispector continuará a falar por mim muitas e muitas vezes. Sendo assim ela falará hoje também:

“É que por enquanto a metarmofose de mim em mim mesma não faz sentido. É uma metamorfose em que eu perco tudo o que tinha, e o que sou. E agora o que sou? Sou: estar de pé diante de um susto. Sou: o que vi. Não entendo e tenho medo de entender, o material do mundo me assusta, com seus planetas e baratas.”

E como trilha sonora alguém que conheci hoje. Como posso nunca ter ouvido ele? Passei a tarde a escutá-lo e escrevi este post também ao som dele.

Música: Eveytime – Glen Hansard